Mais antiga capital do país, Salvador cresce preservando sua beleza arquitetônica do período colonial e despontando no cenário nacional com obras contemporâneas, como as de um dos nomes mais expressivos da arquitetura na atualidade: Fernando Peixoto. Formado pela Escola de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia, em 1969, Peixoto tem acima de dois milhões de metros quadrados de projetos de casas, edifícios residenciais e comerciais executados em oito estados do país e Europa. Reconhecido internacionalmente, realiza palestras em diversos estados brasileiros e em eventos no exterior e possui trabalhos em revistas especializadas do Brasil, Japão, Alemanha, Itália, Espanha, Portugal e outros.

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As obras de Peixoto vêm transformando a paisagem da capital e hoje são símbolos de modernidade e cartões-postais da cidade. São caracterizadas pelas cores fortes e linhas diagonais, formando desenhos geométricos e o principal diferencial do seu trabalho está exatamente na aproximação que busca manter com as artes gráficas. É mestre em tirar proveito dos truques óticos, que fazem com que seus prédios pareçam não possui janelas. Ele próprio se identifica como um designer, na medida que o seu desejo é explorar e manifestar o sentido de percepção e velocidade do mundo atual.
Mas a sua intenção é promover uma imagem de modernidade que não seja importada. Em sua concepção, um prédio contemporâneo não pode deixar de ter todos os aparatos eletrônicos, mas tem que possuir referências da cultura local. “Um prédio é uma máquina de morar ou trabalhar, mas é necessário colocar significados que simbolizem as pessoas. Sempre procuro olhar em volta”, justifica.
Para explicar suas idéias, Peixoto cita o exemplo da criança que usa roupas e tênis de bolinhas e listras coloridas e estuda em uma escola branca e cinza. Segundo ele, há algo de errado com a construção, já que a escola é que foi feita para a criança freqüentar e não o contrário. “Quem fez a escola não observou o menino, achou que ele fosse de menor importância. Não entendo porque alguns profissionais não observam essas coisas”, comenta.
Mas é preciso deixar claro, também, que o trabalho de Peixoto não é folclórico. Como ele mesmo faz questão de ressaltar, não é preciso fazer um forno a lenha para dizer que é regional. “Busco uma alternativa de modernidade como a Bossa Nova fez. Ela deu uma nova forma ao samba tradicional. Quero que meu trabalho seja a Bossa Nova da arquitetura”, conclui.




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