A obra arquitetônica de Fernando Peixoto pontua a paisagem de Salvador, Bahia. Os prédios, de vários andares, são blocos geométricos, compostos de cores vivas. Têm a simplicidade e a leveza dos jogos de armar. Destacam-se imponentes, integram-se à arquitetura existente na cidade. Têm a imagem de gigantes objetos de arte – podem ser considerados esculturas coloridas, muito próximas das idéias preconizadas pelo movimento holandês de Stijl, "O estilo", de 1917, ou neoplasticismo, cuja visão estética, objetiva, antevia uma nova concepção das artes plásticas que integrava a tecnologia industrial contemporânea ao cotidiano.
Neste fim de século, parece acontecer um "revival" das teses que esboçaram novas expressões artísticas. Na avenida paulista, São Paulo, por exemplo, há inúmeros prédios com linhas oblíquas e elípticas, evocadoras (segundo o manifesto da arquitetura da arquitetura futurista de Antonio Sant’Elia, 1914) de um dinamismo mais vibrante do que o das linhas perpendiculares e horizontais. Para os futuristas, essas linhas eram estáticas, graves, deprimentes e dissociadas da nova sensibilidade deste século. Todavia, o neoplasticismo teve também a intenção de contestar a expressão individualista da arquitetura, composta com apliques e berloques saudosistas, inspirados em elementos decorativos desvinculados da visão do mundo contemporâneo.
A linhagem estética da obra arquitetônica de Fernando Peixoto tem forte influência da tendência neoplástica que partiu das linhas verticais e horizontais, no sentido de criar uma construção coletiva, de acordo com o Quinto manifesto De Stijl (1923). Relendo esse manifesto tem-se a impressão de que o tempo parou. Fernando Peixoto exemplifica na sua arquitetura depurada os conceitos estéticos propostos pelos holandeses, mas que não tiveram a sorte de serem realizados integralmente.
O documento não só atribui à arquitetura a expressão maior da síntese artística, como propõe a cor arquitetural como elemento de uma nova concepção espacial, que além do mais rompe com a dualidade do interior e do exterior (as cores, em geral, são colocadas dentro das casas).
O manifesto assinado, entre outros por Theo Van Doesturg, é taxativo: "Damos à cor seu verdadeiro lugar na arquitetura e declaramos que a pintura separada da construção arquitetural não tem nenhuma razão de ser." Quem melhor que Van Doesturg para conceituar a eloqüente arquitetura de Fernando Peixoto?
Neste fim de século, parece acontecer um "revival" das teses que esboçaram novas expressões artísticas. Na avenida paulista, São Paulo, por exemplo, há inúmeros prédios com linhas oblíquas e elípticas, evocadoras (segundo o manifesto da arquitetura da arquitetura futurista de Antonio Sant’Elia, 1914) de um dinamismo mais vibrante do que o das linhas perpendiculares e horizontais. Para os futuristas, essas linhas eram estáticas, graves, deprimentes e dissociadas da nova sensibilidade deste século. Todavia, o neoplasticismo teve também a intenção de contestar a expressão individualista da arquitetura, composta com apliques e berloques saudosistas, inspirados em elementos decorativos desvinculados da visão do mundo contemporâneo.
A linhagem estética da obra arquitetônica de Fernando Peixoto tem forte influência da tendência neoplástica que partiu das linhas verticais e horizontais, no sentido de criar uma construção coletiva, de acordo com o Quinto manifesto De Stijl (1923). Relendo esse manifesto tem-se a impressão de que o tempo parou. Fernando Peixoto exemplifica na sua arquitetura depurada os conceitos estéticos propostos pelos holandeses, mas que não tiveram a sorte de serem realizados integralmente.
O documento não só atribui à arquitetura a expressão maior da síntese artística, como propõe a cor arquitetural como elemento de uma nova concepção espacial, que além do mais rompe com a dualidade do interior e do exterior (as cores, em geral, são colocadas dentro das casas).
O manifesto assinado, entre outros por Theo Van Doesturg, é taxativo: "Damos à cor seu verdadeiro lugar na arquitetura e declaramos que a pintura separada da construção arquitetural não tem nenhuma razão de ser." Quem melhor que Van Doesturg para conceituar a eloqüente arquitetura de Fernando Peixoto?